DO REPÓRTERMT
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta sexta-feira (20) a segunda fase da Operação Sisamnes, que investiga o crime de lavagem de dinheiro decorrente do esquema de venda de sentenças no Judiciário de Mato Grosso.
Segundo as investigações, foram detectadas sucessivas operações imobiliárias suspeitas promovidas pelos investigados, com aparente propósito de dissimular a origem ilícita do dinheiro utilizado para financiar a compra de imóveis residenciais e de veículos.
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Por determinação do Supremo Tribunal Federal, são cumpridos mandados de busca e apreensão, afastamento das funções públicas de servidores do Poder Judiciário, proibição de contato e saída do país, recolhimento de passaportes, além do bloqueio de R$ 1,8 milhão dos investigados e o sequestro dos imóveis adquiridos por um Magistrado.A ação foi autorizada pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Ainda não foram divulgados quais são os alvos da operação, mas informações preliminares apontam que uma ex-assessora do desembargador João Ferreira está na mira da PF.
Venda de Sentenças
Em agosto deste ano, os desembargadores João Ferreira Filho e Sebastião de Moraes Filho foram afastados do cargo por suspeita de envolvimento em vendas de decisões judiciais. A determinação foi do corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, que instaurou reclamações disciplinares contra os dois magistrados, além da quebra dos sigilos bancário e fiscal dos investigados e de servidores do TJMT, referente aos últimos cinco anos.
Conforme as informações divulgadas, foram identificados indícios de que os dois desembargadores mantinham uma amizade íntima com o advogado Roberto Zampieri e que receberiam dele vantagens financeiras indevidas e presentes de elevado valor para julgar recursos que atendessem aos interesses dele.
No dia 26 de novembro, a Polícia Federal deflagrou a primeira fase da Operação Sisamnes, que cumpriu mandados de busca e apreensão na casa dos desembargadores e outros investigados, submeteu ambos à medida cautelar de monitoramento por tornozeleira eletrônica e prendeu o lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, que foi apontado como responsável por vender sentenças do Superior Tribunal de Justiça (STJ).