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Cuiabá, 06 de Março de 2025
06 de Março de 2025

06 de Março de 2025, 16h:54 - A | A

POLÍCIA / CASO RENATO NERY

Policiais presos por envolvimento na morte de advogado já haviam sido denunciados por integrar grupo de extermínio

Advogado foi assassinado em frente de escritório onde trabalhava em Cuiabá.

APARECIDO CARMO
DO REPÓRTERMT



Dois dos quatro policiais militares presos por envolvimento na morte do advogado Renato Nery já haviam sido alvo de pedido de prisão por parte do Ministério Público Estadual, em junho do ano passado, quando os acusou de integrar um grupo de extermínio conhecido como “Mercenários”.

Na época, o juiz Jorge Alexandre Martins Ferreira, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, aceitou a denúncia contra os agentes, mas negou o pedido de prisão.

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Leandro Cardoso e Heron Teixeira Pena Vieira estão entre os 17 policiais que foram denunciados por forjar confrontos para assassinar suspeitos. O caso foi investigado na Operação Simulacrum, deflagrada pela Polícia Civil em 2022. Heron é considerado foragido e Leandro está preso.

Segundo o MP, o grupo teria atuado na morte de 23 pessoas, em Cuiabá e Várzea Grande, além da tentativa de nove vítimas que conseguiram sobreviver.

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A denúncia foi assinada pelos promotores de Justiça César Danilo Ribeiro de Novais, Vinicius Gahyva Martins, Marcelle Rodrigues da Costa e Faria, Samuel Frungilo e Jorge Paulo Damante Pereira.

Conforme a denúncia, havia claras evidências de execuções sumárias que destoavam das narrativas dos boletins de ocorrência e registros oficiais.

“De modo global, as perícias revelaram uma quantidade de disparos efetuados pelos policiais totalmente descondizente com as situações de 'conflito' sugeridas nos dados oficiais registrados pelos próprios milicianos. Em todos os casos, a Politec revelou a não preservação e intensas alterações nos locais dos crimes”, afirmaram os promotores.

O MP destaca que o bando agia como um grupo de extermínio, “considerando que agiram imbuídos de um sentimento de ‘justiçamento’, visando exterminar seres humanos por eles considerados indignos de viver, arvorando-se na condição de deuses”.

Assassinato de advogado

Renato Nery foi assassinado no dia 5 de julho de 2024, quando chegava para trabalhar em seu escritório de advocacia, na Avenida Fernando Corrêa da Costa, em Cuiabá.

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Ele foi atingido com sete tiros, assim que desceu do carro. O executor, que ainda não foi oficialmente identificado, ficou de “tocaia” aguardando o advogado. Toda ação foi registrada por câmeras de segurança do estabelecimento.

Nery chegou a ser levado ao hospital e passou por uma cirurgia de emergência, mas morreu na madrugada do dia seguinte.

Menos de 20 dias antes do crime, Renato Nery havia denunciado um “escritório do crime” à OAB de Mato Grosso, contra um colega envolvido em uma ação por disputa de terras.

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