RAFAEL DE SOUSA
DA REDAÇÃO
O presidente do Detran (Departamento Estadual de Trânsito) e delegado de Polícia Civil, Roger Elizandro Jarbas, contou esta semana, ter se surpreendido com grau de corrupção instalado na autarquia em Mato Grosso. Ele assumiu o comando do departamento este ano, a pedido do governador Pedro Taques (PSDB) e tem como missão ‘estancar’ o alto nível de desvios de recursos públicos.
Detran arrecada por dia cerca de R$ 1 milhão, isso significa, R$ 360 milhões todos os anos. E foi exatamente neste setor que ele encontrou vários esquemas de corrupção que envolve servidores e empresários.
Roger que estava lotado na Delegacia de Combate à Corrupção controla hoje uma das principais fontes de recursos do Estado. Só pra se ter ideia, o Detran arrecada por dia cerca de R$ 1 milhão, isso significa, R$ 360 milhões todos os anos. E foi exatamente neste setor que ele encontrou vários esquemas de corrupção que envolve servidores e empresários.
“Era infinitamente pior do que eu imaginava como delegado de polícia. A corrupção prosperava”, garante.
Porém, o Roger Jarbas revela que agora os tempos são outros. Há ações com total rigor para coibir crimes contra o sistema financeiro por isso várias prisões aconteceram, tudo fruto de parceira com os órgãos de investigação. “Foi necessária uma intervenção. Somente este ano foram 39 prisões em parceria com a Polícia Civil. Havia uma série de irregularidades envolvendo atividade meio e atividade fim, uma minoria pequena. Agora existe um núcleo de investigação no Detran com um serviço de inteligência diante da sua complexidade”.
"Somente este ano foram 39 prisões em parceria com a Polícia Civil. Havia uma série de irregularidades envolvendo atividade meio e atividade fim, uma minoria pequena. Agora existe um núcleo de investigação no Detran", destaca o presidente.
O presidente também citou uma forte influência política nas decisões do Departamento de Trânsito em Mato Grosso. Uma referência ao deputado estadual Mauro Savi (PR) que teve liberdade para indicar pelo menos três presidentes durante o governo Blairo Maggi (PR) e Silval Barbosa (PMDB).
“Não atuo como delegado, mas existem comissões que trabalham e têm gerado prisões. O Detran é mais complexo do que se vende. Estamos devolvendo o Detran à sociedade porque antes o Detran tinha dono”, disse.
Estas investigações citadas por Roger podem ter culminado em uma suposta delação premiada do ex-presidente da autarquia, Teodoro Lopes, o "Dóia".
