PAULO COELHO
DA REDAÇÃO
Uma sequência de críticas feitas por deputados, a maioria de oposição, à gestão do presidente da Assembleia Legislativa, Guilherme Maluf (PSDB), tem aguçado os bastidores do Parlamento, nesses últimos dias. Os mais críticos são Gilmar Fábris (PSD) e Zeca Viana (PDT), que estariam na dianteira do rascunho de um grupo que almeja tomar o poder no legislativo, na eleição que deve ocorrer somente daqui um ano, em outubro de 2016.
"Se apoiar as investigações é afrouxar, eu vou continuar fazendo isso, porque foi um compromisso meu de campanha, que foi o de dar transparência, cumprir a legislação”, rebateu o presidente.
Entre as principais queixas dos parlamentares constam a “liberdade” que o Ministério Público Estadual tem recebido da Mesa Diretora para investigar o próprio Parlamento e que, só neste ano já culminou com operações policiais realizadas pelo Gaeco, como a Imperador, Ventríloco e Metástase e ainda reclamações de que a Assembleia esteja “muito subserviente “ ao Palácio Paiaguás.
Maluf não deixou por menos e foi direto ao assunto. Segundo o tucano quem quiser um modelo de gestão, que dispute e ganhe o direito de comandar o Parlamento.
“Vejo com muita tranqüilidade alguns deputados dizendo que a Mesa está afrouxando o relacionamento com o governo e com o Ministério Público. Eu quero dizer que esse é um novo momento da Assembleia Legislativa e se dar transparência aos nossos atos, se apoiar as investigações é afrouxar, eu vou continuar fazendo isso, porque foi um compromisso meu de campanha, que foi o de dar transparência, cumprir a legislação”, rebateu o presidente.
Na semana passada um grupo do qual também fariam parte os deputados Emanuel Pinheiro (PR); Janaina Riva (PSD) e José Carlos do Pátio (Solidariedade), além de Fábris e Viana, se reuniu na Assembleia, já vislumbrando o pleito sucessório da Mesa de 2016.
“Eu não quero ser presidente, mas pretendo colaborar”, revelou Fábris após sair da reunião.
Para Zeca Viana o maior falha da Mesa é permitir que o Legislativo seja “um anexo do Executivo”, ou seja, o Parlamento estaria aceitando ingerência do Paiaguás em suas decisões.
“Sobre a eleição da Mesa, eu acho que as discussões são normais na Assembleia, mas no meu modo de pensar elas são precipitadas agora, só devem ocorrer no ano que vem, já quanto às críticas eu não tenho problema nenhum em recebê-las, mas aqueles que não concordam com essas idéias que estamos executando, que acredito que tem feito um diferencial na Casa de Leis, que formem uma chapa e proponham ações diferentes das nossas”, arrematou Maluf, acrescentando que a atual Mesa Diretora tem, inclusive, pesquisas que apontam ser esse o caminho certo da gestão do Legislativo.
Para o deputado Wilson Santos (PSDB), líder do governo na Assembleia, a gestão de Maluf tem conseguido feitos históricos para a Casa, especialmente quanto à “moralização dos gastos públicos”, fazendo economia ao ponto, inclusive, de devolver dinheiro de seu próprio duodécimo ao Executivo, afim de que seja investido em ações sociais, como a compra de ambulâncias, por exemplo.
Dilmar Dal Bosco, deputado do Democratas, também considera “muito cedo para se falar me sucessão da Mesa”, e alega não concordar que a gestão de Maluf esteja “afrouxando” aguarda para o Ministério Público.
“Essas operações do Gaeco, são investigações antigas que caíram agora sobre a atual geestão da Mesa, mas a sociedade tem aprovado isso e não vejo como falta de pulso firme, não”, disse Dal Bosco.
Pelo sim, pelo não Maluf fez questão de deixar claro: “Não vamos mudar nosso rumo”, finalizou.