JOÃO RIBEIRO
DA REDAÇÃO
Após a recusa do governador Silval Barbosa (PMDB) em aumentar o salário dos policiais militares e dos bombeiros, os representantes da Associação dos Oficiais da PM e do CB irão buscar parecer jurídico para mostrar que é possível dar esse aumento no vencimento desses servidores, ainda neste ano.
As duas partes se reuniram na última quinta-feira (15) no Palácio Paiaguás. Na reunião, Barbosa, destacou que a atualização no salário ficaria impedida por conta da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que limita novas despesas, já que todo o orçamento do Estado foi fixado na previsão orçamentária, estabelecida no início do ano.
No entanto, ao RepórterMT, o presidente da Associação, o major da PM, Wanderson Nunes Siqueira, destacou que os representantes da Associação irão buscar parecer jurídico na Justiça, para provar ao Governo, que o aumento pode ser dado.
“Na quarta-feira (21) vamos ter outra reunião, porém, apenas com os secretários da Casa Civil, Pedro Nadaf (PR) e da Segurança Pública, Alexandre Bustamante. Nosso objetivo é conseguir a reestruturação dessas duas corporações que têm salários defasados há anos”, destacou.
Sobre a possibilidade de uma nova recusa do Governo, o major não descarta que os servidores das duas corporações entrem em greve ou fiquem aquartelados (quando não saem dos batalhões) durante a Copa do Mundo. Segundo ele, a decisão deve ocorrer durante uma assembleia geral, onde os policiais e bombeiros decidirão a ação através do voto.
MUDANÇA DE TRATAMENTO
Siqueira afirmou que o governo não está fazendo um tratamento igual dentro da Segurança Pública de Mato Grosso, já que nos últimos meses concedeu um aumento no salário dos delegados da Polícia Civil e sequer reajustou o vencimento dos oficiais da PM e CB. “A gente está buscando esse tratamento igualitário. Temos um processo discriminatório onde os policiais e bombeiros não possuem uma série de direitos. Além de ter um salário de 40% menor que outras carreiras na Segurança Pública”, explicou.
Para o major, uma dessas diferenças de tratamento se dá no caso de investigadores e escrivães da Polícia Civil, que têm no salário o adicional noturno e não corre riscos como os policiais militares, que trabalham enfrentando da violência. “O PM trabalha à noite e não tem esse incremento, quando há uma chacina ou um grande evento como as eleições, esses policiais têm suas folgas e férias cortadas e são obrigados a trabalharem de forma abusiva”, disse.