JOÃO RIBEIRO
DA REDAÇÃO
O ex-vigia da Brinks Segurança, Alexandro Abílio Farias, de 25 anos, continua foragido. Ele não compareceu no Fórum de Cuiabá, no fim da tarde desta quinta-feira (4), para a audiência de instrução do assassinato de Adriano Henrique Maryssael de Campos, de 73 anos, dono do restaurante Adriano, que ficava na Avenida Getúlio Vargas, região central de capital.
A vítima foi morta com três tiros, há mais de três anos, na porta giratória do banco Itaú, na Avenida Carmindo de Campos, região central de Cuiabá.
Ao RepórterMT, o advogado do réu confesso, Neyman Monteiro, explicou que Abílio, que tem um mandado de prisão preventiva contra ele, pensava em se entregar, mas minutos antes da audiência, desistiu.
Segundo a defesa, após o depoimento de ambas as partes, o processo vai para outra fase, onde o Ministério Público Estadual (MPE) e a defesa vão oferecer as ‘partes’ finais do caso.
Em seguida, o juiz Murilo Moura Mesquita, da 14ª Vara Criminal irá decidir se vai aceitar o indiciamento do réu, pelo homicídio qualificado ou simples. “Acredito que isso só aconteça após o carnaval, a partir de março de 2015. O processo ainda terá outras fases, para ocorrer o júri popular, onde por fim, o Abílio deve comparecer”, destacou.
Para Neyman, o objetivo da defesa é ‘quebrar’ a tese do MPE, que denunciou Abílio por homicídio qualificado. Sendo que a pena para o crime pode chegar a 16 anos de prisão. Abilio teria premeditado o crime já que teria travado a porta giratória do banco parar atirar na vítima.
No entanto, segundo o advogado, a gerente da agência bancária afirmou, em depoimento, que o controle que Abílio carregava, no dia do crime, não tinha a função para travar a porta.
Com isso, o criminoso seria indiciado por homicídio simples e participaria do próprio julgamento em liberdade. Já que a pena máxima para o crime é de 9 anos e por isso, poderia se beneficiar com o regime semiaberto
Já o advogado da família de Adriano, Flávio Bertin, afirmou também ao RepórterMT, que espera que o juiz aceite a denúncia do MPE contra o acusado, pelo crime de homicídio qualificado. Já que as imagens do circuito de segurança da agência bancária mostrou claramente a forma brutal como o crime ocorreu.
“Não importa quaisquer alegações que a defesa possa vir a fazer, nada justifica a brutalidade do crime. Na audiência, a gente ainda esperava que o acusado se entregasse, mas o advogado dele entendeu que não tinha que apresenta-lo. Agora passou a fase das oitivas da testemunha de acusação e defesa e o processo está na ‘mão’ do juiz”, explicou.
O CRIME
Semanas depois do crime, Abílio chegou de prestar depoimento na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), ao delegado da época, Antônio Garcia. No depoimento, ele confessou o crime e disse que matou Adriano porque, diversas vezes, a vítima o teria o chamado de ‘preto’ e ‘preguiçoso’ Após o depoimento, o ex-vigia foi liberado. No entanto, meses depois, após a Justiça decretar a prisão preventiva, o acusado fugiu.
Reprodução

Adriano foi morto na porta giratória do banco Itaú, de Cuiabá.