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Cuiabá, 18 de Outubro de 2024
18 de Outubro de 2024

22 de Julho de 2024, 15h:52 - A | A

PODERES / PRAZO DE 5 DIAS

CNJ cobra julgamento de juiz que deu voz de prisão para mãe de vítima durante audiência em Cuiabá

"Por diversos motivos o julgamento ainda não foi concluído no órgão local, apesar da gravidade narrada no presente feito", descreveu o corregedor Nacional de Justiça Luís Felipe Salomão.

FERNANDA ESCOUTO
DO REPÓRTERMT



O corregedor Nacional de Justiça Luís Felipe Salomão determinou que o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) informe, em um prazo de cinco dias, quando retomará o julgamento da sindicância instaurada contra o juiz Wladymir Perri. O magistrado é investigado por dar voz de prisão, durante uma audiência em setembro de 2023, à mãe de uma vítima que se manifestou contra o acusado de assassinar o filho dela.

Em junho, o corregedor-geral de Justiça de Mato Grosso, desembargador Juvenal Pereira da Silva, votou pela abertura de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra Perri, entretanto a sessão foi suspensa após o pedido de vista compartilhado dos desembargadores Rui Ramos e Paulo da Cunha.

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Por diversos motivos o julgamento ainda não foi concluído no órgão local, apesar da gravidade narrada no presente feito. Em consulta aos autos, no sistema PJECOR, verifiquei que há certidão informando que o processo “constará na pauta de julgamento da próxima sessão administrativa” (id 4586829 do referido feito). Não há, porém, menção à data da sessão”, descreve o corregedor.

Ante o exposto, oficie-se ao Tribunal de Justiça do Estado do Mato Grosso para que, no prazo de 5 (cinco) dias, informe se já há data, e qual seria, da sessão administrativa do Órgão Especial do Tribunal na qual será incluído o processo”, finalizou.

O caso ganhou repercussão nacional após trechos da audiência terem sido divulgados.

Tudo começou quando a mulher, identificada apenas como Silvia, foi questionada, durante a audiência de instrução, se estava constrangida em prestar depoimento diante do assassino de seu filho. A resposta dela foi “para mim ele não é ninguém”. Diante disso, o advogado do réu pediu “urbanidade”.

Nesse momento, Perri intervém e pede que a mãe da vítima “mantenha a serenidade e a inteligência emocional”. A mãe respondeu que era inteligente e decidiu que não queria mais depor na audiência de instrução.

Quando a audiência já estava encerrada é possível ver Silvia batendo na mesa e falando com o réu. Ela está longe do microfone e não é possível ouvir o que ela disse, mas imediatamente Perri dá a voz de prisão a Silvia.

“Vítima de narrativas”

Alvo de sindicância, o juiz Wladymir Perri afirmou que é vítima de narrativas criadas por psicopatas que querem “varrer” ele da magistratura. Em uma carta aberta, Perri compara a investigação contra ele com o nazismo.

No fatídico dia qual aconteceu a prisão da dona Silvia, por instigação, de imediato ao perceber que havia caído em uma armadilha, desloquei naquela final de tarde/noite de sexta-feira ao gabinete do citado corregedor, cujo me ouviu com paciência os fatos acontecidos e consignado em ata de audiência, diga-se, que até hoje não foi impugnado no processo”, descreve ele na carta.

Portanto, meu julgamento, guardando evidentemente as devidas proporções, está acontecendo com a narrativa do arianismo, qual Hitler impôs uma guerra que matou 42 milhões de pessoas. Com uma narrativa de combate ao neonazismo, Putin provocou uma guerra com a Ucrânia, que chacoalha o mundo e faz todos temerem serem varridos da face da terra, num verdadeiro Armagedom, e é o que estão tentando fazer comigo, ou seja, ser varrido da magistratura”, completou.

O magistrado ressalta que já foi pré-julgado inclusive pelo Conselho Nacional de Justiça. “Construí minha vida na verdade e não em narrativas de psicopatas, pois se errei foi em busca da verdade, e, por sua vez, se acertei não foi porque tive a melhor narrativa”, concluiu.

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