CAMILLA ZENI
DA REDAÇÃO
O senador Jayme Campos (DEM) adiantou que não tem a intenção de apoiar o ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro (Podemos), na corrida à Presidência da República, ainda que seja definida uma aliança entre o Podemos e o União Brasil - partido formado pela aliança entre os Democratas e o PSL, que ainda depende de homologação.
Jayme afirmou que não concorda com as posições do ex-ministro, a quem chamou de “perverso”, e criticou também sua postura como juiz federal. Antes de ser ministro no início da gestão de Jair Bolsonaro (PL), Moro era o juiz responsável pelos casos da Operação Lava Jato, na subseção de Curitiba, da Justiça Federal do Paraná.
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“Se por acaso o União Brasil fizer acordo para caminhar junto, eu já disse: Eu não apoio o Moro. O Moro não. Acho que ele prestou um desserviço para o Brasil gigantesco com esse negócio de corrupção. Porque, cadê quem ele prendeu? Está todo mundo solto”, apontou o senador nessa segunda-feira (20), após a inauguração da nova Estação de Tratamento de Água do bairro Cristo Rei, em Várzea Grande.
O congressista destacou que Moro prejudicou o país, favorecendo pessoas que teriam “destruído" o potencial industrial do Brasil. Um dos casos é o ex-presidente Lula, que conseguiu anular diversas condenações no Supremo Tribunal Federal (STF) após ser reconhecida a parcialidade de Sérgio Moro e dos coordenadores da Operação Lava Jato nas ações, além da incompetência da Vara Federal.
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“Ele foi perverso. Exerceu cargo de juiz federal com apenas a intenção de ser candidato. Tanto é que foi ser ministro e agora já é candidato contra o Bolsonaro. E está aí o [Deltan] Dallagnol, chefe do Ministério Público, coordenador da Operação Lava Jato, e agora candidato a deputado federal. Temos que meter esse pessoal na quarentena”, defendeu Jayme, que também criticou viés político nas ações do ex-juiz.
Apesar da posição do congressista, a possibilidade de aliança entre o União Brasil e Moro tem se estreitado nos últimos dias, quando a alta cúpula do partido passou a fazer ofensiva para garantir que Luciano Bivar (PSL-PE) seja o candidato de Moro à vice-presidência.
No último dia 15, os dirigentes dos dois partidos chegaram a se encontrar para discutir o apoio, mas ainda nenhuma decisão foi confirmada.