Maioria é contra e pedidos de comissão processante são arquivados; veja votos

Walfredo Rafael/Secom Câmara

Votação de duas comissões processantes foi realizada nesta terça-feira (9)

CAMILLA ZENI
DA REDAÇÃO

Por 17 votos a 6, a maioria dos vereadores da Câmara de Cuiabá rejeitou dois pedidos de abertura de uma comissão processante contra o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), em votação nesta terça-feira (9). Antes, a Mesa Diretora também rejeitou pedido de suspeição de oito vereadores em relação à votação. Veja como votou cada vereador ao final da matéria.

Os pedidos de investigação contra o prefeito foram apresentados pelo suplente de vereador Fellipe Corrêa (Cidadania) e pela promotora de vendas Fabiana Arias, diante do afastamento de Emanuel Pinheiro no âmbito da Operação Capistrum, deflagrada pelo Ministério Público Estadual (MPE) em 19 de outubro.

>>> Clique aqui e receba notícias de MT na palma da sua mão

No dia 28 daquele mês, Emanuel foi alvo de um segundo afastamento, determinado pelo juiz Bruno D’Oliveira Marques, da Vara de Ação Civil Pública de Cuiabá, que atendeu pedido do MPE. O prefeito já recorreu no Tribunal de Justiça, mas não conseguiu reverter as decisões até o momento.

Durante as discussões no parlamento, o vereador de oposição Diego Guimarães (Cidadania) destacou que a comissão processante serve para investigar a conduta do prefeito, e usou como referências as decisões que embasaram o afastamento. Ele ainda afirmou que as provas levadas à Justiça podem ser compartilhadas com a Câmara, e ressaltou as derrotas de Emanuel na Justiça.

Leia também - Suplente pede que oito vereadores sejam impedidos de votar cassação de Emanuel

Outros vereadores, como Dilemário Alencar (Pros) e tenente-coronel Paccola (Cidadania), também defenderam a abertura da comissão. Michelly Alencar (DEM) ressaltou que Cuiabá se tornou notícia nacional em razão do afastamento do prefeito, e tentou defender que a abertura da comissão seria apenas uma investigação e não, necessariamente, a cassação do mandato de Emanuel.

Já a vereadora Edna Sampaio (PT) apresentou, minutos antes, um pedido de comissão especial com o mesmo objetivo de investigar o prefeito, e afirmou que as propostas de comissão processante não têm substância e fundamentação válida. Edna ainda ponderou que os erros teriam sido provocados em razão da pressa em “aparecer” e fazer politicagem sobre o assunto, e ressaltou que as falhas poderiam levar à nulidade dos resultados da comissão.

Alguns vereadores também defenderam que a aprovação da comissão especial proposta por Edna, destacando que a medida dará a oportunidade de que as acusações contra Emanuel sejam melhores conhecidas pelos parlamentares. 

Um dos que votaram contrários, o líder da Prefeitura na Câmara, vereador Mário Nadaf (PV), afirmou que os parlamentares não lançam desconfiança em relação às investigações judiciais, mas questionou a rapidez do pedido que poderá resultar em uma cassação do mandato de Emanuel. Nadaf ainda destacou que o afastamento do cargo já é uma medida importante e "soberana" da Justiça.

Veja como votaram

Votaram contrário: Paulo Henrique, Luiz Fernando, Cezinha Nascimento, Adevair Cabral, Chico 2000, Demilson Nogueira, Didimo Vovo, Edna Sampaio, Kassio Coelho, Lilo Pinheiro, Marcrean Santos, Marcus Brito, Maria Avallone, Mario Nadaf, Rodrigo de Arruda Sá, Sargento Vidal e Wilson Kero Kero.

Votaram favoráveis: Diego Guimarães, Dilemário Alencar, Michelly Alencar, Pastor Jefferson, Sargento Joelson, Tenente-coronel Paccola.

Eduardo Magalhães se absteve. O presidente Juca do Guaraná Filho não vota por força de regimento interno.

Saiba mais

Emanuel recorre à presidência do TJ para barrar afastamento do cargo