APARECIDO CARMO
DO REPÓRTERMT
O governador Mauro Mendes (União) disse, nesta terça-feira (09), que ainda não recebeu uma resposta do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) sobre o licenciamento necessário para que o Governo do Estado realize as obras planejadas para a rodovia estadual MT-251 na altura do Portão do Inferno, em Chapada dos Guimarães.
Na semana passada, Mendes se encontrou com o presidente do Ibama, Rodrigo Antonio de Agostinho Mendonça, que se comprometeu em levar a proposta do estado para o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
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“Ainda não (tive retorno do Ibama). Essa semana eu vou cobrar novamente deles. É um pedido emergencial e o mínimo que nós podemos esperar é uma resposta rápida se sim ou se não. Se eles falarem que é não, nós vamos também tirar aquela mobilização nossa lá e deixar o pau torar, porque não é possível que, diante de um quadro tão grave e tão bem comprovado, as autoridades federais não se sensibilizem”, protestou o governador em entrevista coletiva.
O governador ainda disse que pedirá aos senadores e deputados federais de Mato Grosso que busquem interlocução com o órgão federal com o objetivo de dar mais celeridade ao processo.
Mauro adiantou que nesta semana uma equipe do Governo do Estado deverá se reunir com representantes do ICMBio para tratar do assunto. O governador contou que não estará presente e que a reunião deverá ser entre apenas as áreas técnicas.
Questionado sobre a possibilidade de uma obra alternativa, o governador voltou a explicar que enquanto o projeto proposto para o Portão do Inferno levaria 120 dias para ser concluído, a criação de uma nova rodovia, como a MT-030, poderia levar quatro anos entre estudos técnicos, licenciamentos e execução, sem levar em consideração eventuais atrasos.
“Isso (a rodovia MT-030) é um esforço de engenharia gigantesco, então uma obra dessa levaria aproximadamente dois anos, se correr tudo muito bem. Então nós estamos falando de (uma obra de) quatro anos. Não é uma solução para um problema emergencial que pode ser resolvido em 120 dias”, concluiu.
Entenda o projeto do governo
Em busca de uma solução definitiva, o governo anunciou que irá "cortar" uma parte da rocha para a construção da nova pista. Trata-se de um processo de terraplanagem chamado de retaludamento que vai permitir estabilizar as formações rochosas e evitar novos deslizamentos.
No processo, que ocorrerá em três partes, será retirado apenas a parte frontal do morro, que dá para a rodovia. Em seguida, a rodovia passará por um recuo e uma nova pista será construída mais próximo ao paredão rochoso, ou seja, mais longe do penhasco, no espaço de onde a rocha será removida.
Durante as obras, a rodovia não será totalmente bloqueada. A passagem será permitida apenas com o objetivo de levar estudantes, sem transporte de carga, em veículos previamente cadastrados pela Sinfra.