DA REDAÇÃO
O Ministério Público Estadual - por meio da Promotoria de Justiça de Colniza - alertou o Governo do Estado sobre a possibilidade de ocorrer um novo conflito armado na região ocasionado pela disputa de terras.
No documento o MPE explica que a Fazenda Agropecuária Bauru (Magali), com aproximadamente 46 mil alqueires, vem sofrendo invasões desde o ano 2000 e que, após a reintegração de posse ocorrida em 2017, as ameaças se intensificaram e uma invasão de grupo armado para tomar as terras à força está próxima de acontecer.
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A preocupação do Ministério Público é que ocorra novamente uma tragédia na região, assim como a registrada em abril de 2017, quando nove trabalhadores rurais foram brutalmente assassinados no Distrito de Taquaruçu do Norte.
Preocupados com um confronto entre invasores e seguranças, um grupo de pessoas denunciou a situação à Promotoria de Colniza nesta semana. Conforme um dos declarantes, a Fazenda Agropecuária Bauru conta com 10 seguranças armados, que nas últimas semanas vêm sofrendo ataques rotineiros, com disparos de tiros.
Conforme informações relatadas ao MPE, o movimento de invasão marcou para esta sexta-feira (7) uma reunião para discutir os detalhes da ocupação, com a participação de mais de 200 pessoas.
Em razão da tensão foram contratadas mais oito pessoas para reforçar a segurança da fazenda.
Um dos declarantes informou que procurou o Ministério Público, “solicitando providências para evitar conflito armado, com a possibilidade de morrer dezenas de pessoas”.
Após colher os depoimentos, o promotor de Justiça de Colniza determinou a instauração da Notícia de Fato.
“Os elementos colhidos pelo termo de declaração, aliado aos áudios de WhatsApp encaminhados, bem como as demais informações de conhecimento deste Parquet, indicam que não deve a ameaça de invasão ser ignorada”, destacou o promotor determinando que o governador do Estado fosse oficiado, bem como o secretário de Segurança Pública, o delegado de Polícia Civil e a Polícia Militar de Colniza, solicitando a adoção de providências para impedir o conflito entre os invasores e os seguranças da Fazenda Magali.
O crime
A denúncia do Ministério Público do Estado (MPE) aponta que no dia da chacina, Pedro, Paulo, Ronaldo e Moisés, a mando de Valdelir, foram até a Linha 15 da gleba, munidos de armas de fogo e 'arma branca', onde executaram Francisco Chaves da Silva, Edson Alves Antunes, Izaul Brito dos Santos, Alto Aparecido Carlini, Sebastião Ferreira de Souza, Fábio Rodrigues dos Santos, Samuel Antonio da Cunha, Ezequias Satos de Oliveira e Valmir Rangel do Nascimento.
De acordo com a Sesp o crime teria sido cometido por disputa pela terra, rica em madeira.
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