DO REPÓRTERMT
O secretário de Estado de Segurança Pública, coronel César Roveri, determinou à Polícia Judiciária Civil (PJC), nesta quarta-feira (13), a instauração imediata de um inquérito para apurar as suspeitas de interferência de integrantes do crime organizado na eleição da Mesa Diretora da Câmara de Cuiabá. A denúncia foi feita, na última semana, pelo prefeito eleito Abilio Brunini (PL).
Roveri enviou à delegada-geral da PJC, Daniela Maidel, um relatório da Secretaria Adjunta de Inteligência da Sesp, elaborado a partir das informações repassadas por Abilio.
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Segundo o prefeito eleito, alguns vereadores, cujos nomes não foram citados, relataram terem recebido propostas de R$ 200 mil para votar na Mesa Diretora seguindo a orientação de uma facção.
“Diante da gravidade das denúncias, recebemos na Sesp o prefeito eleito Ablílio Brunini, que compartilhou informações sobre uma suposta interferência de facções criminosas na eleição da Mesa Diretora da Câmara. Embora ele não tenha formalizado as declarações, entendemos a importância das informações trazidas por ele e, a partir disso, determinamos a abertura de um inquérito para aprofundar as investigações", destacou o secretário de Segurança Pública.
Gaeco investiga
Também na quarta-feira, o procurador de Justiça Domingos Sávio anunciou que Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), por meio do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), instaurou procedimento para investigar a denúncia.
“O Ministério Público, por meio do Gaeco, já instaurou uma investigação preliminar visando apurar as declarações feitas pelo prefeito eleito Abilio Brunini de que vereadores de Cuiabá foram eleitos apoiados por organizações criminosas que estariam agora tentando influenciar na definição da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Cuiabá. Vamos acompanhar essas investigações do Gaeco e tenho certeza que teremos um esclarecimento de tudo isso”, disse Domingos Sávio em um vídeo compartilhado no Instagram.
Em um outro vídeo, o procurador diz que a denúncia feita por Abilio não é leviana e não pode ser encarada como discurso político.
“O crime organizado, de fato, vem se mobilizando em todo o Brasil, para cada vez mais se embrenhar nas estruturas da administração pública, em geral. Os líderes das organizações criminosas se convenceram de que é por demais importante para os seus negócios estender tentáculos nas entranhas dos Poderes”, destacou.
“A denúncia feita por Abilio não surpreende na medida em que é notória a movimentação das organizações criminosas, visando ocupar espaços na administração pública”, concluiu.
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