RAFAEL DE SOUSA
DA REDAÇÃO
O deputado estadual Max Russi (PSB) caracteriza como “exagero” a “Operação Caça-Fantasma”, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que investiga a contratação de servidores fantasmas pela Prefeitura de Barra do Garças (cidade localizada a 535 quilômetros de Cuiabá).
"Eu só acho que não precisa entrar no órgão, apreender computador que já são poucos, fazer um monte de coisa, sendo que todo o pagamento efetuado hoje tem que ser informado ao Tribunal de Contas e ao Aplic. É fácil de checar isso, não precisa buscar documentos”, argumenta o deputado.
Russi acredita que a operação foi motivada por um desentendimento pessoal entre o prefeito Roberto Farias (PMDB) e o promotor de Justiça do Ministério Público Estadual (MPE) no município, Marcos Brant. “Eu não sou contra a operação, quero deixar bem claro, a investigação tem que ocorrer. Se existe alguma denúncia tem que checar. Eu só acho que não precisa entrar no órgão, apreender computador que já são poucos, fazer um monte de coisa, sendo que todo o pagamento efetuado hoje tem que ser informado ao Tribunal de Contas e ao Aplic. É fácil de checar isso, não precisa buscar documentos”, argumenta o deputado.
Pelo menos 50 agentes especiais do Gaeco participaram desta operação em 19 órgãos da Prefeitura. Para o parlamentar a atitude foi um exagero que colocou servidores em pânico, assim como famílias que estavam nos locais em busca de atendimento público. “Eu não estou discutindo se tem o ‘fantasma’ ou não. Eu só acho que não precisava gastar o que se gastou, ou fazer o que foi feito. Constrangimento que causou para todos os servidores, sem que soubessem se estavam envolvidos também, isso parou a Prefeitura como um todo”, rebate Russi.
“Eu não sei se há viés político, mas há viés de prejudicar o prefeito. Ano que vem é eleição e se não se tomar providência poderá acontecer um monte de coisa e acabar prejudicando”, frisou.
Para o deputado, nos dias atuais existem formas mais eficazes para investigar determinados órgãos e políticos que estejam cometendo algum tipo de abuso, seja de poder econômico, ou contra o crime financeiro. “Hoje com os sistemas que existem no Tribunal de Contas, o Aplic, site da transparência, você tem a folha [de pagamento], tem meios de identificar e fazer o ‘negócio’ de uma forma que não irá gastar dinheiro, sem tanto estresse e sem aparecer tanto. Então o promotor lá, quer mais aparecer. Ele fez a mesma coisa em Sorriso e existe algo pessoal dele com o prefeito [Roberto Farias]”, disparou.
Questionado se acredita em um viés político por parte do promotor, o parlamentar não souber afirmar, mas disse acreditar que não há imparcialidade nas decisões de Marcos Brant e poderá até recorrer ao procurador-geral do Estado, Paulo Prado, para que providências em relação ao caso sejam tomadas. “Eu não sei se há viés político, mas há viés de prejudicar o prefeito. Ano que vem é eleição e se não se tomar providência poderá acontecer um monte de coisa e acabar prejudicando”, além de destacar que “o promotor não está sendo totalmente imparcial, porque uma operação desta tem que fazer, se existir algum problema tem que se punir, qual for o caso, um prefeito ou outro, o que não pode é expor tudo isso para depois, como grande parte das operações que acabam não virando nada”, define o socialista.
Russi também citou que o seu pronunciamento foi compartilhado pelo deputado estadual José Domingos Fraga (PSD) que citou a tumultuada passagem de Brant por Sorriso, onde teve problemas com o prefeito da época.
Operação
O Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) investiga contração irregular de servidores por parte do município de Barra do Garças. Os agentes fizeram busca e apreensão em 19 órgãos do Poder Executivo, inclusive o gabinete do prefeito Roberto Farias (PMDB).
Conforme apurou o Ministério Público do Estado (MPE), servidores “fantasmas” indicados por políticos, incluindo vereadores, estariam sendo contratados pela Prefeitura, sendo que alguns sequer moram em Barra do Garças e outros até comparecem ao trabalho, mas são obrigados a dividir parte da remuneração recebida com os seus “padrinhos”.
Segundo o Gaeco, durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão serão recolhidos documentos que subsidiarão a investigação. Também estão sendo confirmados “in loco” se os referidos servidores estão cumprindo a carga horária.
O prefeito Roberto acusou os promotores do MPE de fazer ‘pirotecnia’ para promoção. (Veja).